BIOGRAFIA DO MEU AMOR Essa matéria é sobre uma cachorrinha da minha irmã, mas que para mim ela significava muito.Por esse motivo resolvi escrever a biografia dela.
MINI
Ela faleceu dia 19 de
setembro de 2013. Nunca é bom começar uma historia pelo final, por isso vou
começar do começo, da primeira vez que eu ouvi falar dela.
Minha Irma Márcia morava em uma casa
sozinha. Dividida entre duas famílias, ela decidiu morar sozinha. Por ser uma
coisa muito pessoal não vou entrar em detalhes.
Como ela morava sozinha
resolveu pegar um animal de estimação para alegrar a casa.
Uma conhecida nossa
tinha uma cachorra que tinha dado cria e estava doando os filhotes. Então ela
resolveu adotar um. E essa adoção foi que conhecemos uma cachorrinha linda e
companheira. Mini
Muitos se perguntam por
que ela se chamava Mini. É simples. Ela não crescia era anão. Todos os irmão
dela cresceram menos ela. Por isso que ela se chamava Mini.
Uma vez uma prima minha
disse “Nossa a Mini é mini mesmo néh”.
Na época eu ri muito
disso, pois o que ela disse teve uma lógica muito grande e uma lógica que muita
gente não conseguia entender.
A minha Irma morava em
uma casa no fundo da casa da minha avó. Num certo domingo eu fui passar o dia
com ela para conhecer a tal Mini que ela tanto falava.
Chegando lá, tinha 2
cachorros . O Jack, um cachorro que morava com os irmãos dela que eu já
conhecia e a Mini que eu queria tanto conhecer.
Quando olhei pra ela,
achei a coisinha mais lindinha do mundo. Tão pequenina e pretinha.
Alguns diziam que ela
parecia um macaco. Minha mãe falava que ela parecia filha de rato. Mas para mim
ela era muito linda.
Aproximei-me dela e
passei a mão pela sua cabecinha bem devagar. Ela me olhava como se dissesse “A
qualquer hora eu te ataco”.
Eu confesso que estava
com um pouco de medo dela, mas não desisti de fazer a amizade.
Com o passas das horas
eu ficava toda hora indo no quintal passar a mão na cabeça dela e ela sempre me
olhava com aqueles mesmos olhos . Comecei a perceber que ela era sempre seria,
nunca balançava o rabo (não naquele domingo) e estava sempre com aquele olhar
de desconfiada e atacante.
Quando foi por volta das
17h, a Márcia resolveu fazer uma casinha para a Mini e o Jack. Usando isopor e
cimento.
Estava muito difícil de
colar um isopor no outro com o cimente mole. Foi um desastre duas mulheres
querendo da uma de pedreiro.
A gente colava o isopor
e ele caia. Ficamos nesse monta e desmonta até que escureceu.
O quintal não tinha luz,
então a gente acendeu a da cozinha que iluminou um pouco o quintal.
Naquele monta e desmonta
eu vi uma coisa passando pelo chão.
Comecei a gritar “Mácia cuidado tem uma cobra ai”
Eu comecei a gritar e pular.
Eu estava desesperada, pois morro de medo de cobra. A minha irmã também tinha medo de cobra mas ela foi lá
fora e começou a procurar a cabra junto com um avô. E nada da cobra.
Meu avô falou que era a
água saindo da mangueira e não uma
cobra, mas eu afirmava que tinha visto uma cobra. Será possível confundir uma
água saindo da mangueira com uma cobra, em um quintal mal iluminado?
Com medo da cobra ou ‘
falsa cobra’, a gente acabou que não fazendo nenhuma casa pros cachorros.
Márcia eu fiquei com muita
dó de a gente não ter feito a casinha. Mas é serio, eu vi uma cobra aquele dia.
No meio dessa gritaria e
confusão que criei (acredito eu, com razão) a Mini sumiu. Procuramos e nada
dela. Até que entramos no quarto e lá estava ela.
A cama da minha Irma é
daquelas camas que pucha outra em baixo. E a Mini estava lá no meio da cama, só
com os olhos arregalados para fora. A imagem era linda, de derreter qualquer
coração.
Essa imagem jamais saiu
da minha cabeça e jamais sairá. Acho que da cabeça da Márcia também não. Tempos
de saudade.
Também me lembro (neste
domingo) que a Mini tinha um macaco preto de pelúcia. Era a caisa mais feia do
mundo, mas a Mini o amava muito. Ai quem se aproximasse.
Com essa confisão da
cobra eu fiquei com medo de ira na casa da Márcia, ou seja, eu não fui mais ver a Mini.
Até que um dia, minha
Irma se mudou da casa do meu avô e se mudou lá pra casa. Como a minha casa já
tinha três cachorros e meu pai detestava animais. Então a Márcia não trouxe a
Mini com ela. Deixou a Mini na casa dos irmãos dela.
Na casa dos irmãos dela
já havia um cachorro da raça Pit Bull, e com a chegada da Mini e do Jack ficou
três cachorros.
Eu não sei como, mas a
Márcia, um certo dia , chegou lá em casa e disse que ia levar a Mini no
veterinário, porque ela estava desconfiada que a Mini estivesse grávida do Pit
Bull.
Quando ela me falou isso
achei muito estranho. Como uma cachorrinha tão pequena iria cruzar com um Pit
Bull? É como se fosse uma girafa e um tatinho. Kkkk estou exagerando um pouco.
O que parecia impossível
virou possível. Realmente a Mini estava grávida do Pit Bull.
Como a Mini era muito
pequena ela não iria aguentar o desenvolvimento de um Pit Bull em seu útero.
Então a veterinária achou melhor antecipar o parto e fazer Cesário.
Então fizeram um corte
na barriga da Mini e tiraram o filhote de dentro do útero dela e costuraram
depois.
Quando eu vi o filhote
ele tinha a cara de um Pit Bull. Ele era uma gracinha. Como não conseguia mamar
( pela maturidade) a Márcia comprou até uma mamadeira pra ele.
Minha Irmã pediu pro meu
pai se ela poderia trazer a Mini e o filhote para morar com a gente, só até o
filhote conseguir mamar sozinho e a Mini se recuperar dos pontos.
Meu pai sempre detestou
animais, esse sempre foi o seu maior defeito, pelo menos para mim.
Mas não sei como, mas ele deixou a Márcia
trazer a Mini e o filhote.
Quando eu vi a Mini lá
em casa, ela estava com os olhos de medo, estava estranhando seu novo lar.
Colocamos uma caiza de papelão e fôramos com lensoes e colocamos ela e o filhote
lá dentro. Ela lambia o filhote e dava o peiot pra ele. Eu não sei se ele
conseguia mamar.
Ninguem poderia se quer
se aproximar do filhote, pois ela rosnava e até mordia. A única pessoa que
conseguia pegar o filhote para dar mama era a Márcia.eu sempre achei muito
bonito o amor que existia entre a Mini e a Márcia.
Não era só o amor, mas
também o respeito, carinho, compaixão e companheirismo que existia entre elas.
No segundo dia o filhote estava meio molendo,
não conseguir mais pegar na mamadeira e etava até um pouco gelado. Já
sabíamos que ele iria partir. Então
colocamos ele na cama junto com a Mini.
Ela lembeu ele, mas
lembeu tanto que foi até bonito de se ver. Era como ver uma mãe lutando pela
vida de seu filho.
O filhote morreu. Não
teve choro nem nada. A gente não estava apegado nele ainda. E a partir desse
dia a Mini começou a dormir lá fora com os outros animais:Lilica, Tede e Xande.
No começo ela até que
procurava o filhote, mas depois de um tempo ela parecia nem se lembrar que um
dia aquele filhote existiu.
Alguns dizinham que ela
não sabia que aquele filhote era filho dela, pois ela não viu ele nascer de
dentro dela, ela cuidou apenas por cuidar.
No começo a Mini não
queria cuidar do seu filho, era preciso ficar colocando ela perto dele e dizer
pra ela cuidar dele. Até que um dia ela começou a cuidar e ele partiu.
Ela se acostumou rápido
com os outros animais, menos com a Lilica, a única fêmea na casa além dela.
A Lilica é uma picher, e
picher da muito trabalho.
Tinha dia que ela se
pegavam na porada, chegavam às vezes até a gritar.
A Mini com o Ted era
tipo assim ‘não te conheço então fica longe’
É verdade eles nem
ligavam um para o outro. Com o tempo eles até que começaram a brincar um pouco,
mas era muito difícil.
Mas com o Xande ela se
dava muito bem. Se a Lilica brigava com o Xande, a Mini partia pra cima dela.
Era assim, sempre defendendo o Xande.
Os pontos da Mini
começou a inflamar. Ficou cheio de pus, secreções e até fez uma bolha de ar.
Mas graças a Deus os pontos curaram e ficou tudo bem.
A Mini não foi embora
mais, ela ficou lá morando com a gente. Com a convivência a gente começou a se
dar muito bem. Ela não me olhava mais com aqueles olhos de desconfiada ou de
atacante. Eu podia passara a mão nela livremente.
Quando eu chegava da
escola, ela (junto com os outros cachorros) ficava lá no portão me esperando. quando
me via balançava o rabo, pulava e não parava de espirar.
Quando os cachorros iam
lá fora latim para as pessoas na rua a Mini ia também. Mas ela não latia para
as pessoas da rua e sim para a Lilica (deve ser por isso que a Lilica detestava
tanto ela).
Sempre fui muito
grudenta com os meus animais. Eu abraço eles, aperto e os encho de beijos.
Mas com a Mini era
diferente. Eu não podia abraça-la, aperta-la e muito menos beija-la. Se eu
tentasse fazer qualquer uma dessas coisas ela me mordia.
Toda vez que eu beijava
ela e afastava o rosto ela me mordia. Foi entre beijos e mordidas que ela se
acostumou com os meus beijos e abraços. Demorou muito, mas eu consegui.
Com o passar do tempo lá
em casa a Mini foi ficando obesa. Eu não podia nem chegar perto da ração que
ela começava a rosnar e comer mesmo sem fome ou vontade. Era muito engraçado.
São esses pequenos momentos que deixam a nossa vida marcada para sempre.
A Mini apesar de pequena
era muito brava. Eu tenho uma vizinha, a Laize. Um dia ela foi lá em casa e entrou sem chamar, em silêncio. Na hora
de ir embora ela também saiu em silêncio, então a Mini saiu correndo atrás dela
e mordeu seu calcanhar.
Quando ela me mostrou o
tornozelo dela estava inchado e com a marca dos dentes da Mini. Eu dei tanta
risada, mas não foi por mal. Eu só achei engraçado a Mini, daquele tamanho
correndo atrás de você. Desculpe Laize, mas eu tive que contar isso, pois eu
queria escrever todos os melhores momentos que eu me lembro de ter passado com
a Mini.
A mini era uma bolinha
de tão gordinha. A Márcia até que tentou fazer um regime nela, mas com minha
mãe por perto foi impossível.
Também teve outra
ocasião da minha vizinha e prima Ana Julia.
Ela estava lá em casa,
na cozinha comigo. A Mini era nova lá em casa ainda e ela entrou na cozinha
onde a gente estávamos. A Ana Julia com medo, subiu na cadeira e começou a
gritar escandalosamente e a Mini nada besta começou a latir pra ela. Foi muito
engraçado uma gritando e outra latindo.
Eu dei tanta risada que
não conseguia me recompor para ajuda a Ana. Não me lembro da época de ter dado
tanta risada na minha vida.
Quando eu me recompus,
peguei meu celular e comecei a filmar a gritaria e os latidos. Ana descupe por
não ter te ajudado, é que estava muito engraçado aquele momento.
Depois de curtir
bastante o show entre a Mini e a Ana, eu coloquei a Mini lá fora e fechei a
porta. Eu adoraria ter o vídeo agora pra
postar no blogger. Eu me arrependdo amargamente de ter apagado ele.
Ana descupe por te
mencionar aqui, é que esse foi um dos melhores e mais engraçado da vida da
Mini.
A Mini teve muitos momentos felizes e
marcantes. Mas teve um que foi muito triste.
Nosso vizinho da frente
veio avisar que a Mini tinha sido atropelada. A Márcia saiu correndo e
encontrou a Mini inconciente e saindo muito sangue pela sua boca.
A Márcia em desespero,
pegou a Mini e levou pro tannque onde jogou água nela pra ver se ela reagia,
mas ela não reagiu. Acho que o pneu do carro passou por cima da barriga dela.
Eu nunca vi minha Irma
daquele jeito. Tão desesperada em transtornada.
Levaram a Mini para o
veterinário. Eu não sei se ela voltou a consciência durante o caminho. A única
coisa que eu sei foi que ninguém amou mais a Mini do que você Márcia.
Ela se recuperou e foi
para casa. Muitas vezes ela tinha falta de ar e ficava fazendo um barulho como
se estivesse intalada. Era horrível ver a Mini naquela situação.
Mesmo assim a Mini era
uma cachorrinha muito animada. Ela corria, latia e brincava. Ela era feliz lá
em casa.
Tinha uma bolinha
amarela que adorava brincar com ela. Eu tacava lá longe e ela ia buscar. Quando
ela pegava pela boca a brincadeira acabava, pois ela não soltava mais.
Quando eu ficava
pingando a bolinha no chão e peganod de volta
sem tacar lá londee pra ela pegar, ela se irritava e mordia minha perna.
Eu tinha um vídeo, mas acho que apaguei.
De vez em quando a
Márcia levava a Mini pra visitar os irmãos dela.Quando ela dizia: “Vamos embroa
Mini?” Cade a cachorra?kkkkkk Já tava lá fora esperando pra ir embora.
Realmente ela gostava de lá de casa.
Uma coisa que eu achava
muito engraçado n Mini, era quando ela deitava com aquela barriga pra cima
embaixo do sol e ficava espirando.Era muito engraçado de se ver.
As vezes quando a Mini
entrava dentro de casa e a gente gritava: “ Mini pra fora” ela ia se abaixando
e quanto mais gritávamos mais ela ia se abaixando até ficar se rastejando, mas
não sai do lugar. Tinha que ir lá fora e chamar ela com carinho, se não ela não
saia ( só se a pegasse no colo).
Um certo dia uma colega
minha chamada Kelly disse assim pra mim: “Estou procurando um cachorro pra mim
comprar pra minha subrinha , eu queria uma bem pequenininha. Você não quer
vender aquela sua cachorrinha pretinha?”
Eu olhei bem serio pra
ela. Como ela não morava com a mãe e nem com o pai dela e sim com a avó, eu
disse: “Se alguém quisesse comprar sua avó, você venderia?”
Ela me olhou com uma
cara de espanto. Eu não estava exagerando, duvido que ela amava a avó dela
metade do que eu amava a Mini.
E os dias foram se
passando e a Márcia resolveu se casar. Ela disse que ia levar a Mini.
Sempre quando se tem um
casamento pra ir, ele parece estar sempre distante, ele nunca chega. Mas o da
Márcia parecia que estava indo em câmera rapida ( o contrario de câmera lenta).
Casamento e lua de mel se passaram muito rápido, tuod pra chegar na hora de
levar a Mini embora.
Não foi de imediato que
a Márcia levou a Mini. Ela ficou mais 2 dias lá em casa aopós a chegada da
Márcia. Acho que ela até que ia deixar a Mini comigo. Mas não foi possível por
causa minha mãe.
Um certo dia minha
chegou do trabalho as 16h e encontrou xixi no meio do quintal. Ela começou a
gritar e exigiu que eu levasse a Mini pra casa da Márcia.
Eu tive muita raiva da
minha mãe naquela hora, mas depois eu entendi que ela fez aquilo pro bem da
Mini. Ela iria morar em uma casa nova, longe sons do meu pai e longe das mãos
dele. Longe de tudo que a fizesse mal.
Não estou dizendo que
meu pai batia na Mini. Ele só não batia
por que a gente não permitia, pois se a gente deixasse ele batia até matar. Eu
ainda não consigo entender como uma pessoa pode gostar de uma pessoa desse
jeito, com esse caráter.
Pelos gritos de minha
mãe, eu peguei a Mini e fui subir a ladeira que levava a casa da Márcia. A Mini
nunca precisou de coleira para andar na rua, ela sempre seguia seus passos.
Mas desta vez ela não
seguiu meus passos. Ela travou e não queria mais andar. Eu chamava ela entre
lagrimas e ela não vinha. Eu continuava a chamar ela, mas a minha vontade era
que ela ficasse travada ali para sempre, assim ela nunca precisaria ir embora. Ela
estava travada por que tanto eu quanto ela, não queríamos que ela fosse embora,
o que me fez chorar mais ainda.
Aos poucos ela foi se
destravando e a gente foi subindo e eu só chorando. As pessoas que desciam com
seus filhos da escola me olhavam como se eu fosse louca,, mas em nenhum momento
eu me importei em segurar minhas lagrimas por causa deles.
Algumas pessoas olhavam
para a Mini e dizia “ Olha que gracinha, parece uma bolinha”, mas eu nem olhava
pra cara da pessoa.
Quando cheguei na Márcia,
fiquei um pouco lá fora antes de entrar, para me recompor. Quando entrei não
sei se ela pescebeu meus olhos vermelhos de choro.
Deixei a Mini lá e fui
embora. Senti como se eu estivesse abondonado ela, mas sabua que eu não estava
e que ela não poderia estar em mãos melhores.
Todos os dias as 18h eu
ia la na Márcia pra ver a Mini. Ela parecia bem mais feliz lá do que na minha
casa. A minha prima Ana Julia que saia da escola 18h20min passava lá pra gente
descer juntas, pois estava escuro e eu achava perigoso descer sozinha.
Ana eu agradeço a todas
as vezes que você me buscou lá na casa da Márcia e por ter compreendido meu
amor pela Mini.
Até que um dia eu
comecei a fazer FIEC e acabei não indo mais visitar a Mini, ia de vez ou nunca.
Eu me arrependo amargamente de não ter ido mais visitar a Mini. Eu deveria
chegar da FIEC mesmo cansada e passar lá pra ver ela.
Até que um dia (domingo
dia 15/09/2013) a Márcia me disse que a Mini estava meia doentinha. Ela não
conseguia latir, parecia ter catarro na sua garganta impedindo de sair a voz.
Então na terça-feira eu
vim da FIEC de ônibus e desci direto na casa da Márcia pra ver a Mini. Ela
ficou muito feliz em me ver, e vise versa. Eu achei que ela estava bem (excesso
pelo latido que não saia).
Eu beijei ela, abracei,
fiquei mexendo a bunda dela pra balançar o rabo ( o que a deixava nervosa).
Brinquei com ela, dei ração na boca dela e até ameacei de pegar sua ração ( o
que eu fazia sempre que ela me trocava pelo prato de ração). Eu fiz tudo o que
eu gostava de fazer com ela, menos brincar de bolinha, pois não havia nenhuma
bolinha lá pra gente brincar.
Quando foi na
quarta-feira, eu liguei pra Márcia e disse para ela desmarcar o estudo bíblico
que seria na quinta feira, pois eu tinha uma prova na FIEC e precisava estudar
muito.
Quando cheguei da FIEC
na quinta, fui direto tomar banho pra depois poder estudar tranquila. Mas minha
mãe me barrou na porta e disse: “ Sabe aquele dia que eu sonhei com água e
disse que significava morte?” Eu afirmei com a cabeça.
Toda vez que ela dizia
isso, era o irmão da amiga dela que tinha morrido, ou o vizinho de não sei
quem, ou a mulher da rua de cima, umas pessoas sem importância para mim. Mas
não foi nenhuma daquelas pessoas. Foi a Mini.
Eu fiquei meia parada
sem reação. Então entrei no banheiro e foi passando em vídeo pela minha cabeça.
Ai veio as palavras da minha mãe:” Foi a Mini que morreu”.
Foi ai que me dei conta
de que a Mini não estava mais entre nós. Então comecei a chorar. Chorei muito
por tudo que a gente tinha vivido e por saber que nunca mais vamos viver mais
nada. Por saber que nunca mais vou vê-la.
Sempre há o incômodo e a
sensação de que você poderia ter feito mais. A sensação de que você tinha o
poder de impedir que aquilo acontecesse. Ou no mínimo ter estado lá abraçada
com ela enquanto ela partia.
O que mais me dói é não
saber como ela morreu. Não sei se ela dormiu normalmente e não acordou
mais. Ou se ela sentiu uma falta de ar e
morreu sem dor. Ou se ela sentiu uma forte dor no peito e gritou muito, e eu...
eu não estava lá pra ajudar.
Minhas irmãs foram la na
casa da Márcia pra dar uma força pra ela, mas eu não fui. Eu não seira forte o
suficiente para entrar na CSA onde eu sempre vi a Mini lá. Eu não seria forte o
suficiente de ohar nos olhos da Márcia. Eu não seria forte o suficiente...
Eu te peço perdão por
não ter ido na sua casa Márcia aquele dia. É que realmente eu não tinha força o
suficiente.
Depois de 2 dias fui lá
na casa da marica levar uma carta pra
ela. Não sei consolar uma pessoa com palavras, apenas por cartas. Não foi uma
carta só pra consolar a marica, mas pra
me consolar também.
“Eu Mini, estando com
saúde frágil, venho por meio de esta transmitir a minha mamãe minha ultima
vontade: ser lembrada com carinho sempre que pensa em mim”.
“Meu tempo na terra foi
um tempo feliz, repletos de lembranças alegres e momentos prazerosos. Não levo
comigo nenhuma posse mundana, porque posses e propriedades nunca foram as
minhas preocupações principais. O importante para mim foi ganhar sua confiança
e admiração, sendo obediente e sempre file. A única coisa que tive e que
valorizo, acima de tudo, foi o amor que você me deu mamãe, pois ninguém no
mundo poderia ter me amado mais.”
“Quando eu tiver partido
e você tiver oportunidade de pensar um mim, mão fique triste, pois estou em paz
e não sinto mais nenhuma dor ou desconforto. Todos os males que a idade e as
circunstancias trouxeram ao meu ser físico não são mais um problema. Estou
livre para fazer travessuras, enquanto o vento bate no meu rosto e a grama faz
cócegas nos meus pés. Tiro sonecas no calor do sol e durmo sob um lenço de
estrelas. E assim, com alegria, espero por você.”
“Dividimos muitos
momentos felizes juntos, e por isso sei que você sente que eu nunca poderei ser
substituído, e que talvez você deva viver o resto de sua vida sem outro animal
de estimação como companheiro fiel. Mamãe, não tente me substituir, pois o que
vivemos é insubstituível. Crescermos-nos juntas, atravessamos períodos bem
complicados. Mas não prive a sim mesmo do calor e da companhia que outro
companheiro pode lhe dar. Eu não quero que você fique sozinha.”
“Acima de tudo,
lembre-se, mamãe, que eu estarei sempre com você: no seu coração, na sua mente
e nas suas lembranças. Pois o que dividimos foi especial, hoje, amanhã e
sempre. E se você sentir um focinho frio na sua pele, e não houver nenhum
animal por perto, saiba, no fundo de seu coração, que sou eu, dizendo olá.”
Eu sinto muita falta de
você Mini. Você foi muito importante na minha vida e vai ficar marcda na minha
historia e na historia de outras pessoas também. E eu quero dizer que nunca vou
deixar de te amar meu amor.
E quero agradecer
imensamente a o grande amor que você Márcia dedicou a Mini. Pela maravilhosa
mãe que você foi pra ela. E por ter feito e possível e o impossível por ela.
Eu já disse isso e vou
continuar dizendo: Márcia... Ninguém no mundo amou mais a Mini do que você. E
sei que o momento mais triste da sua vida foi a partida dela. Mas não se
esqueça, que hoje ela é um pedacinho do céu azul.
A morte da Mini foi
muito difícil pra mim. Mas com o tempo a dor foi diminuindo, mas é claro que
ela não passa nunca.
Em certo dia eu fui à casa da Márcia. E eu
persebi pelo ambiente, pelos olhos da Márcia e principalmente o quintal a
ausência da Mini.
Aquilo me doeu tanto.
Não apenas por eu senti a ausência da Mini. Mas também por ver a dor que a
ausência da Mini trazia pra Márcia.
Se para mim foi difícil,
imagine para a Márcia que morava com ela.
Ainda sinto falta de
águem me esperando no portão junto com os outros animais. Pulando, balançando o
rabo e espirrando sem parar.
De ver uma coisinha
preta de barriga pra cima em baixo do sol.
De morder minha perna
quando eu não tacava a bolinha amarela.
De me morder toda vez
que eu tentava lhe roubar um beijo.
Que sempre foi tão companheira
e amiga minha. E principalmente por ter feito parte da minha historia.
Eu escrevi essa historia
não apenas pra eu ter ela para resto da minha vida. Eu escrevi por dois
motivos.
1°- Pela minha Irma
Márcia.
2°-Eu escrevi porque a
Mini foi uma cachorrinha muito boa e ela merece ter sua historia contada.